Setembro - 2025 - Edição 308

Inteligência Artificial Hoje

Inteligência Artificial Hoje (Ed. Consultor, 2025) é uma coletânea de 100 artigos do acadêmico Arnaldo Niskier, escritos entre 2023 e 2025, sendo um de 2017, originalmente publicados em jornais como O Globo, Folha de São Paulo, Correio Braziliense e Correio da Manhã. Neles, Niskier investiga a ascenção dessa nova e revolucionária forma de tecnologia e seu impacto nos costumes, valores, ideais e crenças da sociedade do século XXI, com especial atenção à realidade brasileira. Dividida em quatro partes, a obra cumpre a dupla função de introduzir o tema a leitores leigos e de propor, igualmente, aos mais experientes uma reflexão sobre os avanços da tecnologia na educação, entre outros. No prefácio, o professor Celso Niskier, reitor da Unicarioca, afirma que o livro é um exercício de esperança: “Esperança de que a tecnologia, quando guiada por princípios éticos e educacionais, possa ser um poderoso instrumento de inclusão e desenvolvimento.” Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1984, Arnaldo Niskier é autor de mais de cem livros. Professor aposentado de História e Filosofia da Educação da UERJ, é Doutor em Educação pela UERJ, Professor Emérito da Universidade Cândido Mendes, Doutor Honoris Causa da Unicarioca, da UNIRIO, da UNAMA e da Universidade Santa Úrsula, entre outros títulos.

Vaga-lumes

Vaga-lumes (Ed. Patuá, 2025), da escritora Brendda Neves, é feito haicais que guardam dentro de si pedaços de tempo, infância, silêncio, cheiros, sons e cores que a memória insiste em reter quando tudo parece desbotar. Como pequenas luzes que piscam na escuridão, os haicais desse livro capturam a brevidade da vida e a fragilidade do instante. Com versos mínimos e precisos, a obra é um convite para perceber a vastidão do efêmero e encontrar poesia na transitoriedade. A escolha das imagens, muitas vezes austera, evoca solidão e contemplação, transformando cada poema em um espelho silencioso da condição humana. Entre as palavras, o silêncio se faz presente, convidando à pausa e à reflexão diante do inevitável. Brendda Neves é poeta, escritora e jornalista capixaba. Membro da Academia Feminina Espírito-santense de Letras e Coletivo Diversidade Literária. Autora de Poeta no Divã, Folheando (2023) e Versos Inversos, Clube de Autores (2020). Coautora, entre outras obras, de Antologia Concurso Literário Estadual Paulo Gustavo, org. Academia Cariaciquense de Letras (2024); Antologia 2° Concurso Literário Estadual, org. Academia Cariaciquense de Letras (2023); Antologias Escritos de Vitória e Memórias Capixabas (2022/2023) org. Academia Espíritosantense de Letras; Antologia 1° Concurso Literário de Viana (2020); Antologia AJEL, org. Marcelo Netto (2008); Jovens Escritores Capixabas, org. Leonardo Monjardim (2002).

Leve – A metamorfose do espírito

Leve – A metamorfose do espírito (Ed. Barra livros, 2025), segundo livro do empresário Flávio Kauffmann, é um romance sobre o peso da memória, os silêncios da história e a estranha eternidade das coisas inacabadas. Com uma linguagem firme do início ao fim, sem perder as rédeas da narrativa, a obra conta a história de um jovem alemão que chega ao Brasil em 1962 para assumir uma fazenda esquecida no interior do Vale da Paraíba. Trata-se de uma fábula tropical e filosófica, onde o real se dissolve e o destino se anuncia com elegância, num enredo que atravessa fronteiras entre Europa e América, passado e presente, razão e delírio, numa trama consistente e muito bem elaborada. Na orelha, um breve resumo sobre o autor adianta a atmosfera que o leitor encontrará nas 146 páginas de puro entretenimento: “Criador de mundos onde dirigíveis cruzam céus filosóficos, fazendas guardam segredos coloniais e aviadores seduzem tanto com palavras quanto com vinho branco gelado, Flávio Kauffmann é o aristocrata da imaginação e o estrategista das ideias. Escreve como se cada parágrafo fosse um dueto entre Nabokov e Simmel, com pitadas de Kant, aromas de boueuf bourguignon e trilha sonora de Cole Porter.”

Os Elefantes Viriam Pela Manhã

Os Elefantes Viriam pela Manhã (Ed. Autêntica) reúne treze contos inspirados em Dalton Trevisan, revelando o enorme legado da sua obra na história da literatura do Brasil. No ano do centenário do ilustre autor curitibano (1925-2024), o acadêmico mineiro Rogério Faria Tavares reuniu um elenco de 13 dos principais autores brasileiros contemporâneos para prestar homenagem ao “vampiro de Curitiba”: Noemi Jaffe, Adelaide Ivánova, Luís Henrique Pellanda, Veronica Stigger, Marcelino Freire, Cristhiano Aguiar, Ana Elisa Ribeiro, Luci Collin, João Anzanello Carrascoza, Rogerio Pereira, Mateus Baldi, Carlos Marcelo e Caetano W. Galindo. O time coloca Dalton para “viajar” pelo Brasil, seja por uma espelunca em Campina Grande ou pela cena literária de Belo Horizonte, ou mesmo em sua Curitiba natal, que parece indecisa entre seu passado provinciano e seus sonhos de modernidade. O “vampiro” está em todo lugar, com seus caninos afiados, para colecionar os traumas, as obsessões e as taras de uma sociedade insone e desigual. Em cerca de 80 anos de vida literária, Trevisan publicou mais de 50 livros. Na orelha, a crítica Eliane Robert Moraes afirma: “Dalton Trevisan tem realmente o tamanho do mundo – e não é por outra razão que seu legado permanece para sempre vivo”.

Mariposa Noturna em Veraneio de Maio

Mariposa Noturna em Veranico de Maio (Ed. Pedregulho, 2024) reúne 13 contos de Anaximandro Amorim, que comemora 30 anos de carreira literária, com uma narrativa firme, os textos trazem temas quase sempre mantidos à sombra da sociedade. Todos possuem esse liame comum: tudo que é “fora do padrão social”. As histórias primam pela atualidade, com personagens frágeis e marginalizados, tais como garotos andróginos, amantes, meninos franzinos, adúlteros, suicidas, matadores, prisioneiros. Todo um cartel carregado de dores e paixões. Verdadeiro retrato do nosso contemporâneo, a obra encara questões sensíveis, como homofobia, transfobia, gordofobia, ageísmo e outros temas, usando vários recursos literários e até algumas experimentações, sem cair na “panfletagem”. Anaximandro Amorim (1978) é capixaba de Vila Velha, radicado na capital do seu estado. Advogado, professor e escritor. Formado em Letras PortuguêsFrancês pela Ufes e Mestre em Estudos Literários pela mesma instituição. Membro da Academia Espírito-santense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Academia de Letras de Vila Velha, além de outras instituições culturais. Autor de artigos acadêmicos e textos literários em revistas e antologias, Mariposa Noturna em Veranico de Maio é o seu 11º livro autoral e o seu segundo publicado pela Editora Pedregulho.

Memorial Poético dos Anos de Chumbo: Uma antologia

Memorial Poético dos Anos de Chumbo: Uma Antologia (Editora Zouk) traz 200 poemas escritos por 90 poetas diferentes durante a vigência oficial da ditadura militar no Brasil, no período entre 1964 e 1985. Com uma equipe formada por mais de 20 pesquisadores de todas as regiões brasileiras, o projeto teve como objetivo refletir sobre o lugar da poesia na construção da memória cultural brasileira daquela época. A seleção de poemas priorizou três eixos temáticos: Repressão, Resistência e Cotidiano. A iniciativa surgiu a partir do interesse compartilhado pelos professores em relação ao tema. Com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), a publicação é coordenada pelos professores Marcelo Ferraz, da Universidade Federal de Goiás (UFG); Nelson Martinelli Filho, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes); e Wilberth Salgueiro, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Com 412 páginas, o livro reúne nomes consagrados da literatura nacional – como João Cabral de Melo Neto, Hilda Hilst, Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant’Anna, Murilo Mendes, Augusto de Campos – ao lado de poetas de reconhecimento regional. Entre os capixabas selecionados estão Paulo Roberto Sodré, Maciel de Aguiar e Waldo Motta.