Outubro, 2023 - Edição 29x

21ª Bienal Internacional do Livro

Foram dez dias de ruas movimentadas, euforia ao encontrar os autores preferidos, sacolas cheias de livros e um clima de animação diferente nos painéis, que este ano ganharam novos formatos e espaços para melhor experiência de um público apaixonado por histórias. A celebração dos 40 anos da Bienal do Livro Rio – o mais novo patrimônio cultural da cidade – foi grandiosa.

Valiosa por manter o livro no centro da cena cultural brasileira, a Bienal do Livro fechou a edição de 2023 com mais de 600 mil visitantes e 5,5 milhões de livros vendidos durante os dez dias de evento. Com média de 9 livros comercializados por pessoa e gasto médio de R$ 200 por visitante, a Bienal contou com quase 500 editoras, que aproveitaram o clima de celebração de resultados históricos para lançar novos selos.

Dentro da programação da 21ª Bienal Internacional do Livro do Rio, a Academia Brasileira de Letras (ABL) preparou uma pauta diversificada para seu estande, com agenda de conversas entre acadêmicos, jornalistas, cientistas sociais e políticos. A ABL não instalava um estande na Bienal desde 1997. Desta vez, além de um espaço de venda de livros, fez evento em um auditório que recebeu centenas de pessoas. O livro segue como grande protagonista. O jornalista Ancelmo Gois conversou com o acadêmico Arnaldo Niskier. O bate-papo aconteceu no dia 9 de setembro e lotou o estande, assim como a conversa da véspera do jornalista Roberto D’Avila com o acadêmico Merval Pereira. No dia da abertura da Bienal, o jornalista Pedro Bial conversou com a acadêmica Ana Maria Machado.

“Alegria de escritor é ver a casa lotada de prováveis leitores”, disse o escritor baiano e membro da ABL Antônio Torres. Na ciranda literária, dez acadêmicos leram suas próprias obras. Ana Maria Machado, que também havia aberto o evento carioca, leu um capítulo de seu romance Um Mapa Todo Seu, de 2015. Torres escolheu um trecho de Um Táxi para Viena d’Áustria, de 1991.



No último dia do evento, uma longa fila se formou para ver de perto os acadêmicos Fernanda Montenegro e Gilberto Gil. A atriz de 93 anos, responsável por apresentar o evento, tomou posse em março do ano passado. Gilberto Gil, 81, foi empossado um mês depois; Gil cantou e tocou violão. Último a ser chamado ao palco, emendou João Sabino, Cérebro Eletrônico e Aquele Abraço, esta acompanhada pelo coro do público.

“Que esse momento literário interessante se reproduza e se junte outros manifestos artísticos e culturais, que se desdobram pelo Rio de Janeiro o tempo todo”, disse Gil. Para o presidente Merval Pereira, a presença da ABL na Bienal do Livro é sinal de que a ABL quer estar cada vez mais próxima das atividades culturais relevantes e, sobretudo, dos cidadãos e dos jovens.

Um holograma de Machado de Assis, primeiro presidente da Casa, recebeu os visitantes do estande, que teve um painel com imagens e informações sobre os 40 Acadêmicos. Além disso, o estande contou com oito telas de led, onde eram mostrados vídeos institucionais e da programação cultural da ABL.



A Casa Record, localizada no Pavilhão Azul do Riocentro, recebeu o Prêmio Alfredo Machado, oferecido ao estande mais bonito. “É muito simbólico ganharmos esse prêmio no ano em que o grupo Record completa 80 anos”, celebrou Sônia Machado Jardim, presidente do Grupo Editorial Record.

A eleição foi realizada por um júri de 10 arquitetos e cenógrafos. O vencedor ganha o direito de escolher a localização de seu estande na próxima Bienal do Livro Rio, em 2025. Os estandes da editora Intrínseca, da editora Valentina e da Amazon ficaram em segundo, terceiro e quarto lugar, respectivamente.

Por Manoela Ferrari