Abril - 2023 - Edição 290

Ana Maria Gonçalves

Escritora brasileira, nasceu em Ibiá, no estado de Minas Gerais, em 1970. Começou a escrever contos e poemas desde a adolescência, sem chegar a publicar. A paixão pela leitura nasceu durante a infância, e desde criança lia jornais, revistas e livros. Trabalhou como publicitária em São Paulo, mas abandonou a profissão em 2002 para morar em Itaparica e escrever seu primeiro livro, Ao Lado e à Margem do que Sentes por mim.
O romance foi lançado de forma independente em 2002, e vendeu praticamente toda a edição de mil exemplares através da divulgação pela internet. A autora trabalhou durante 5 anos para escrever seu segundo romance, Um Defeito de Cor, dos quais a autora utilizou dois anos para uma pesquisa rigorosa, um ano para escrita e mais dois anos para reescrita, sendo lançado em 2006, pela editora Record. A obra conquistou o Prêmio Casa de las Américas na categoria literatura brasileira, em 2007, sendo considerado por Millôr Fernandes o livro mais importante da literatura brasileira do século XXI. A obra, inspirada na vida de Luísa Mahin, celebrada heroína da Revolta dos Malês, conta a trajetória de uma menina nascida no Reino do Daomé e capturada como escrava aos 8 anos de idade, até a sua volta à terra natal como mulher livre. Em 2017, o livro já havia vendido cerca de 16 mil exemplares. Em 2015, foi anunciada a adaptação do livro Um Defeito de Cor para uma série televisiva, com previsão para lançamento no ano de 2021. Em dezembro de 2016, Ana Maria Gonçalves se tornou colunista de assuntos raciais, culturais e políticos do jornal The Intercept Brasil.

Maciel Monteiro

Médico, jornalista, diplomata, político, orador e poeta, nasceu em Recife, PE, em 30 de abril de 1804, e faleceu em Lisboa, Portugal, em 5 de janeiro de 1868. É o patrono da cadeira nº 27, por escolha do fundador Joaquim Nabuco. Foi vereador da Câmara Municipal e diretor do Teatro Público. Ligado ao Partido Conservador, foi eleito deputado provincial (1833) e geral (1834-1844 e 1850-1853), ministro dos Negócios Estrangeiros de 1837 e 1839 e, deste ano a 1844, diretor da Faculdade de Direito de Olinda. Nomeado membro do Conselho do Imperador em julho de 1841 e diretor geral da Instrução Pública em Pernambuco, em 1852.
Foi redator e colaborador de O Lidador, órgão do Partido Republicano (Recife, 1845-1848); A Carranca, periódico político-moral-satírico-cômico (Recife, 1846); A União, órgão do Partido Conservador (Recife, 1848-1851). Estava a serviço do Brasil quando ali faleceu. Seus restos mortais foram trasladados para Pernambuco em 1870 e, encerrados, em 1872. A sua formação cultural na Europa, o contato com o Romantismo francês e posteriormente com o Romantismo português determinaram a feição romântica da sua obra antes mesmo de se achar definido no Brasil o Romantismo. A sua melhor produção literária é representada pelas poesias lírico-amorosas, mas nada publicou além da tese de medicina, em francês, e algumas poesias e discursos parlamentares, entre os quais se destaca o que pronunciou em 10 de junho de 1851 acerca da abolição do tráfico negreiro, e isso revela duplo aspecto pouco conhecido de Maciel Monteiro: o orador e o abolicionista

Haruki Murakami

Escritor e tradutor japonês, nasceu em Quioto em 12 de janeiro de 1949. Seus trabalhos mais conhecidos são Caçando Carneiros, Norwegian Wood, Crônica do Pássaro de Corda, Kafka à Beira-Mar e 1Q84. Apesar de nascido em Quioto, passou a maior parte de sua juventude em Shukugawa (Nishinomiya), Ashiya e Kobe. Frequentou a Universidade de Waseda, em Tóquio, dedicando-se sobretudo aos estudos teatrais. Antes de terminar o curso, abriu um bar de jazz chamado Peter Cat, à frente do qual se manteve entre 1974 e 1982. Em 1986, partiu para a Europa e depois para os EUA, onde acabaria por se fixar. Em 1995, suas obras começam a se tornar mais socialmente conscientes, tomando a Crônica do Pássaro de Corda (1995) como exemplo, que lida em parte com o tópico da invasão japonesa da Manchúria (Nordeste da China).
O romance ganhou o Prêmio Yomiuri, concedido por um dos ex-críticos mais severos de Murakami, Kenzaburō Ōe, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1994. Escritor particularmente influenciado pela cultura ocidental, Murakami traduziu para o japonês obras de F. Scott Fitzgerald, Truman Capote, John Irving e Raymond Carver. Murakami é aficionado em esportes de resistência: participa de maratonas e de triatlos, embora só tenha começado a correr depois dos 33 anos. No dia 23 de junho de 1996, completou sua primeira ultramaratona, uma corrida de 100 quilômetros ao redor do lago Saroma em Hokkaido, Japão. Aborda sua relação com o esporte no livro Do que eu Falo quando eu Falo de Corrida (2008).