Março, 2024 - Edição 299

Dom Orani, solidariedade como força vital

Ao contemplar os 15 anos de Dom Orani Tempesta como Bispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro e sua década como cardeal, um período marcado pela promoção do diálogo e da compreensão, evidencia-se que a existência vai além do simples viver; trata-se de um constante exercício de atitudes que não só influenciam nossas vidas, mas também delineiam o destino coletivo da cidade maravilhosa. Destaco a importância central das atitudes de Dom Orani, enfatizando a solidariedade como uma força vital para o bem comum. Saliento que a indiferença atua como um agente corrosivo, deixando dor, desigualdade social e pobreza em seu rastro. Dom Orani nunca é indiferente. A solidariedade emerge como uma força propulsora na ação pastoral, buscando uma sociedade mais justa e compassiva. Ao direcionar suas atitudes para o bem comum, Dom Orani estende uma mão solidária que não apenas alivia o sofrimento alheio, mas também constrói um alicerce sólido para a coletividade. A indiferença pode ser comparada a um veneno que perpetua a dor, a desigualdade e a pobreza, e, conforme enfatizado, Dom Orani nunca é indiferente. Desconfiar dos indiferentes é um apelo à consciência social. A indiferença frequentemente se manifesta como uma omissão cruel diante da dor alheia, da desigualdade social gritante e da pobreza persistente. Desconfiar da indiferença é um chamado para questionar a integridade daqueles que permanecem apáticos diante de questões fundamentais que afetam a humanidade. Dom Orani nunca é indiferente.

Pensando em Dom Orani, estabeleço uma analogia entre a indiferença e a anorexia existencial, ressaltando que a falta de empatia deixa a sociedade esvaziada de significado. Optar pela indiferença perante a dor alheia é contribuir para uma existência empobrecida em compaixão e solidariedade. Em contraste, as atitudes solidárias nutrem a coletividade, preenchendo a vida de propósito e significado; e, como ressaltado, Dom Orani nunca é indiferente.

Num mundo interconectado, cada ato de solidariedade reverbera como uma onda de positividade. A escolha de estender a mão ao próximo não apenas alivia a dor imediata, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais equitativa e justa. A indiferença, por sua vez, ecoa como uma nota dissonante, agravando a dor, a desigualdade e a pobreza. Dom Orani nunca é indiferente.

Dom Orani conduz o viver com uma participação ativa na construção de um destino coletivo e luminoso, onde a paz é uma prática e não apenas uma esperança hipotética. Suas atitudes solidárias são as forças motrizes para um bem comum duradouro, enquanto a indiferença de muitos é um obstáculo corrosivo que perpetua a dor, a desigualdade social e a pobreza. Dom Orani nos ensina que desconfiar da indiferença é um apelo urgente para enfrentarmos os desafios sociais com empatia e ação, construindo um futuro mais humano, justo e solidário. Dom Orani nunca é indiferente.

Por Paulo Baía é sociólogo, cientista político e professor da UFRJ.