Novembro, 2023 - Edição 297

Ve[dor] de estrelas

Maldormido chão.
Maldormido céu
sem nuvens.
Maldormida lua.

Sinto os maldormidos tempos
caminharem
na sonolência
e na vaziez dos acordes
das maldormidas
auroras.

Silêncio de maldormidas quedas...
Maldormidas ruínas...

Como o trágico atordoa?
Como a tristeza apavora?
Como a insônia incomoda?

Maldormidas vidas.
Maldormidas dores.
Maldormidas horas.

Os pássaros amanhecem
as árvores...

O sol acorda os pássaros...

As árvores
e os pássaros
choram
a música
do destino
ao vento...

Maldormidos presságios.
Maldormido vedor
de estrelas.
Maldormido mar
da minha alma.
Maldormido rio
do meu deserto.

Marcha idílica
de maldormidos abismos
da minha terra.

Maldormidos sinos.

Por Diogo Mendes Sousa