Janeiro, 2023 - Edição 287

Cinzas no mundo

Os semitons são as expressões do esmaecimento das realidades das cores. O mundo acinzentado é uma degenerescência da miscelânea da cor branca e da ausência da luz (cor negra), raízes únicas da cerebração, frente ao universo da visão humana. Eis o princípio solar, a polarizar as noites e os dias. A visão é a rainha dos sentidos, a perscrutar os céus estelares, milenarmente, à busca de nossas origens.

A origem das cores e a criação do espectro colorido, visível e invisível, tem início, meio e, um fim, dito infinito! Sir Isaac Newton (1642-1727), em Cambridge-UK, observou que um raio do sol ao atravessar um prisma é decomposto em cores. Esse genial cientista publicou sua teoria sobre as cores na Royal Society chamada Philosophical Transactions of the Royal Society of London. A Humanidade deve a Sir Isaac Newton inusitados avanços da gnose, que ainda não aprendeu ser o roxo a cor do PODER, a tonalidade usada pelos cardeais da Igreja Católica, Apostólica, Romana. A cor roxa (púrpura ou violeta) significa a transmutação. É a cor da sabedoria, da espiritualidade, do mistério divino, afirma a Igreja!

Recentemente, por falar em britânicos ilustres, o Brasil concedeu um galardão. A Câmara dos Deputados concedeu, ao hepta campeão mundial da Fórmula 1, o título de cidadão brasileiro, com inteira justiça, vez que o Brasil é a maior nação negra do mundo, depois da Nigéria.

Homenagem a esse às britânico do automobilismo, que representa, indiretamente, o ápice da indústria de veículos no mundo, responsável pela queima de combustíveis fósseis no orbe, por 1,4 mil milhões de carros registrados, aproximadamente, a jorrarem toneladas e toneladas de dióxido de carbono na atmosfera, conforme afirmam os responsáveis pelos Protocolos de Kioto e Paris. Veiculam as estatísticas que, anualmente, são produzidos mais de 83 milhões de veículos.

Ambientalistas propalam a construção de veículos movidos a eletricidade em substituição aos carros, que utilizam produtos fósseis, “esquecendo-se” que esses automóveis utilizam baterias de lítio, mineral cuja exploração em larga escala gera enormes danos ao meio ambiente, conforme repudia a organização Friends of the Earth International (FoEI). Afinal, seremos cinzas?

A cor cinza representa o fruto das queimadas em Portugal, na Espanha, na França, nos Estados Unidos, na África, na continentalidade brasileira, especialmente na Europa e no continente africano, a devastarem as matas. Os europeus, tão ciosos da preservação ambiental atual, são os únicos responsáveis pela erradicação do mogno, do pau-brasil, da extração madeireira em geral, séculos, após séculos. As cinzas e os desmatamentos têm (i)responsáveis universais. A cor cinza é degenerescência da cor negra ao receber a pigmentação da cor branca e vice-versa.

Por José Carlos Gentili, jornalista.