Você, amanhã

No Brasil, o exercício da Medicina é regido pela Lei nº 12.842/13, que estabelece:
“Art. 2º O objeto da atuação do médico é a saúde do ser humano e das coletividades humanas, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo, com o melhor de sua capacidade profissional e sem discriminação de qualquer natureza.
Parágrafo único. O médico desenvolverá suas ações profissionais no campo da atenção à saúde para:
I – a promoção, a proteção e a recuperação da saúde;
II – a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das doenças;
III – a reabilitação dos enfermos e portadores de deficiências.”

Hipócrates (Cos 460 a.C. – Tessália 70 a.C.), considerado o Pai da Medicina, jurou, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, cumprir “os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.” Mais, “Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.” Sem dúvida, a Medicina não é só uma profissão, mas sim um sacerdócio!

Algo metafísico, transcendental à gênese humana, gestado pelos atos médicos, milenarmente. Por sua vez, as atividades médicas estão submetidas ao Código de Ética Médica, pela via da Resolução CFM nº 1.931/2009, que norteia as evoluções e relações, face à infinita realidade da inteligência artificial, pela qual a ciência ruma pelo universo da criação, em direção ao incognoscível. Recentemente, o ilustre traumatologista potiguar – Doutor Ailson Guedes –, coadjuvado pelo jovem ora discente de Hipócrates, embora doutorado em outros segmentos, o percuciente e dedicado Gregory Gentili, estão a finalizar um trabalho hercúleo, qual seja o Dicionário Ósseo com o fito de proporcionar a gnose da ossatura humana pelas vertentes da cientificidade e nominação histórica. Sem dúvida, algo destinado a fixar os estudos e a memória da historicidade dos ossos, visando facilitar os estudos da massa discente na Medicina, algo surreal e pragmático. Para completar a visão didática deste monumental Dicionário Ósseo, convidaram o genial pintor e artista plástico Nival Mendes de Assis para reproduzir desenhos dos ossos humanos, a enriquecer a obra com visualizações imperdíveis.

A mero título colaborativo, encarregaram-me, também, de zelar pelo capítulo atinente à etimologia óssea, a percorrer os meandros nominais dos étimos linguísticos, D´Aquém e D´Além-mar, a rememorar as origens das nomenclaturas. O Dicionário Ósseo será um sucesso midiático e educativo aos estudantes de Medicina no Brasil, brevemente. A inteligência artificial galopa pelo universo da instantaneidade temporal.

Por José Carlos Gentili, Membro Nacional Correspondente da Academia Brasileira de Filologia e da Academia das Ciências de Lisboa.