Jorge Caldeira é eleito imortal da ABL

O escritor, editor e sociólogo Jorge Caldeira, de 67 anos, foi eleito, por maioria absoluta de votos, à cadeira número 16, da Academia Brasileira de Letras (ABL). A vaga foi aberta com a morte da saudosa escritora Lygia Fagundes Telles, falecida em abril deste ano. Caldeira concorria com outros nove nomes e recebeu 29 votos. Participaram da eleição 33 acadêmicos, de forma presencial ou por carta. A posse ainda não foi marcada, mas está prevista dentro do prazo de três meses.

Os ocupantes anteriores da cadeira 16 foram o crítico literário Araripe Júnior (fundador) – que escolheu como patrono o poeta Gregório de Matos –, além de Félix Pacheco e Pedro Calmon.

Reconhecido por seus relatos inovadores sobre o país, o escritor já ocupa a cadeira número 18 da Academia Paulista de Letras, na qual foi empossado no dia 8 de maio de 2008. Doutor em Ciência Política e mestre em Sociologia, o novo imortal é especialista na área econômica. Autor, entre outras 20 obras, de Mauá: Empresário do Império e de História da Riqueza no Brasil. Escreveu ainda livros sobre Diogo Antônio Feijó, José Bonifácio, Noel Rosa, Ronaldo, Guilherme Pompeo e Júlio Mesquita.

“É conhecido também por apresentar a era colonial de forma inovadora, com uma visão diferente da oficial”, afirmou a Academia em nota. “Vem recuperando personagens esquecidos para recontar a história brasileira, por vezes contrariando a historiografia oficial e oferecendo uma nova visão sobre a era colonial no país.”

Caldeira também atuou no mercado editorial, como publisher da revista Bravo!, consultor do projeto “Brasil 500 anos”, da Rede Globo, e editor na Folha de São Paulo e nas revistas Isto É e Exame. Nascido em São Paulo, em 1955, é casado com a antropóloga Cynthia Sarti, com quem tem dois filhos.

Após ser empossado, o acadêmico reiterou que “é convívio o que eu vou procurar fazer. Conviver com as pessoas, estar dentro da instituição”.

Por Maria Cabral