Setembro, 2020 - Edição 259

Dois poemas

Retrato da mãe

De rosa sentada
no branco banco
com tímido sorriso
pedia a proteção
que tanto deu.
O tempo muda a forma
mas conserva a essência:
Seu ligeiro andar
diminuiu.
Seu labor constante
declinou.
Seus cabelos pretos
descoloriram-se.
Sua profissão marcante
descansou.
Sua independência
acalmou.
Sua preocupação com o outro
aumentou.
Suas reconstruções de fatos passados
conservou.
Seus brilhantes olhos verdes-cinzas
permanecem, pois
ali a vida continua,
com força, a impulsionar-nos
a trilhar o caminho da perfeição.



Mar e Terra

O mar une terra e céu
Valentemente.
Quantos segredos guardam
O abismo e o cume!
Na Ilha do Frade,
O mar brame sua fúria
Para tocar,
Empapar
As paralíticas
Rochas,
Tomadas de susto,
E morrer num tempo
Infinito;

Por Ester Abreu Vieira de Oliveira - presidente da Academia Espíritosantense de Letras.